DA BBC BRASIL
Os 33 mineiros presos em uma mina no Chile não vão poder ter cintura mais larga que 90 centímetros para passar no buraco que está sendo perfurado para o resgate do grupo.
O túnel criado deve ter 66 centímetros de diâmetro e as equipes de resgate devem calcular ainda o espaço tomado pela cesta que levará cada um do abrigo em que estão a 688 metros de profundidade até a superfície.
Acredita-se que os trabalhadores perderam bastante peso durante os 17 dias em que sobreviveram com duas colheradas de atum, um gole de leite, uma mordida em um biscoito e um pouco de pêssego em conserva por pessoa a cada dois dias.
Eles estão sendo alimentados com líquidos ricos em calorias até que se julgue que possam comer alimentos sólidos.
Em conversa telefônica com o presidente chileno Sebastian Piñera, o líder dos mineiros, Luis Urzua, pediu para que seu resgate ocorra até o dia 18 de setembro e disse que o grupo está "no inferno".
Piñera respondeu dizendo que não abandonará o homens e que o país todo está com eles.
"IMPRUDÊNCIA"
Os mineiros não sabem que seu resgate está previsto para levar entre três e quatro meses. O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter disse nesta quarta-feira esperar que ninguém "cometa a imprudência" de revelar aos homens este prazo.
"Pedimos aos familiares para serem cuidadosos em suas cartas. Será difícil, nós devemos dar a eles muita atenção, cuidados e apoio psicológico", disse o ministro. Não foi permitido ainda aos familiares entrarem em contato direto com os trabalhadores presos.
Está sendo criado um programa de atividades para os confinados, incluindo exercícios e atividades recreativas. Está previsto, por exemplo, que eles gravarão canções e vídeos com peças de teatro encenadas por eles.
O grupo está em um abrigo de 50 metros quadrados mas pode circular por uma área de cerca de dois quilômetros. Equipes de apoio esperam criar locais específicos para os homens desempenharem funções diferentes, como trabalho, lazer, banheiros e dormir.
No último final de semana equipes de resgate conseguiram perfurar três buracos de poucos centímetros até o abrigo. Um deles leva oxigênio, outro alimentos e o terceiro é usado para comunicação.
Os mineiros estão presos desde o dia 5 de agosto, quando o principal acesso ao túnel ruiu. Eles estão a 700 metros de profundidade, e, no abrigo onde estão, eles contam dois bancos de madeira compridos.
Tanques de água, além de água contida em máquinas de perfuração e canais de ventilação ajudaram os homens a sobreviver, mas eles tinham pouca comida.
Uma perfuradora especial está sendo enviada para a mina, localizada perto da cidade de Copiapó, no norte do país, para tentar abrir uma passagem que permita a saída dos mineiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário